Com a pandemia, provocada pela proliferação da Covid-19 (novo Coronavírus), inúmeras atividades realizadas em grupos precisaram ser suspensas. A proibição de aglomerações fez com que ficássemos mais tempo em casa e, em alguns períodos, saíssemos só em caso de extrema necessidade. Com isso, muitas atividades de lazer e aprendizado tiveram que ser interrompidas. Porém, como solução, surgiram alternativas para atender recomendações dos órgãos de saúde e, ao mesmo tempo, dar continuidade a atividades importantes, como são as voltadas a formação de crianças e jovens.
Assim como as instituições de ensino de praticamente todo o mundo, o grupo Arte e Desenvolvimento Cultural, do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) de Muçum, desde o dia 1º de março, adotou o ensino remoto para vencer as barreiras do distanciamento. Através de plataformas com recurso para videoconferência, como Google Meet, Skype e Whatsapp, o professor de música, Clóvis Frozza, ministra aulas de violão, gaita, teclado e canto para 14 alunos. “Em casa, grande parte das crianças e jovens ficam entediados, devido ao extenso período ocioso. A continuidade das aulas de música faz com que eles preencham o dia com atividades saudáveis para o corpo e a mente, mesmo mantendo o distanciamento recomendado”, explica a secretária da assistência social, Jacinta Casagrande.
Jacinta conta que a pandemia fez com que alguns alunos parassem ou suspendessem a participação. Antes da pandemia, os projetos chegaram a ter mais de 30 alunos. No entanto, segundo avaliação da secretária, caso a alternativa de ensino remoto não fosse adotada, a possível volta destes alunos, pós-pandemia, seria ainda mais prejudicada. “É, também, uma forma de mantermos os alunos engajados com os projetos que nos trazem resultados significativos há anos”, pontua.
O professor vê a música como uma arte e como tal, podemos usufruir desta das mais diversas maneiras, sendo ouvindo, assistindo a uma performance, uma sessão de musicoterapia, ou praticando e vivenciando o prazer de tocar um instrumento musical ou cantar. “Nas aulas de música do CRAS, vivenciamos a prática, seja individual ou em conjunto, e isto conduz não somente ao desenvolvimento da arte em si, que já é algo grandioso. Mas também a socialização, fato extremamente importante nos momentos de isolamento que vivemos nos dias atuais” comenta.
Frozza explica que os projetos ofertados, proporcionam que crianças e adolescentes desenvolvam a coordenação motora, percepções rítmicas e melódicas. “Existe também um lado terapêutico, afinal de contas, as artes estão por todos os lados para podermos apreciar. Quem pode ir além, ou seja, produzir esta arte, com toda a certeza terá uma saúde mental ainda mais equilibrada”, finaliza.